Em meu peito já não há espaço para minhocas. Elas se foram. Materializaram-se. Tomaram corpo. E vida. Mais que isso: roubaram vida. Quem disse que eu poderia andar nas nuvens? Pé no chão, Bela...
Coração hoje está sangrando... Na verdade, eu nem deveria estar aqui, escrevendo, mas se não fizer isso, com certeza vou explodir... Nem sei se é consolo, mas em meio à turbulência, vejo que amadureci. Não procuro culpados, não há raiva e nem mágoa em meu peito. Há até um sentimento de deixá-lo ir, e torcer por ele, se for o que ele decidir...
Mas de verdade, de verdade mesmo... Ah, se eu pudesse escolher... Escolheria os olhos doces em mim, a alma tocando a minha, ele inteiro... Mas, como não posso... O que me resta?
Nunca um abrir de porta foi tão doloroso. Nunca me senti tão sozinha. Nunca a vontade de ligar foi tão forte (“não faça isso, Bela, deixe que ele decida”, digo a mim mesma).
Há tempos eu achei que já tinha vivido tudo. Aí, ele chegou, abriu a porta do meu peito, devagar, de mansinho, e foi se instalando. Ajudou a jogar fora muitas nóias, fez com que eu me visse outra vez no espelho (e fora dele também), mostrou que os dias têm sol e, às vezes, chuva. E me fez sentir que eu não estava sozinha.
Foram dias de sonho acordada, em que tudo fazia sentido... Agora, a realidade feito uma pancada... Nenhuma palavra descreve. Tudo dito assim, com a pureza que é característica... Pior foi ver a dúvida no rosto dele, onde antes havia a certeza de mim...
Melhor parar... Que as minhas lágrimas falem por mim... Estarei aqui, não vou sair do lugar...
sábado, 6 de setembro de 2008
Para não explodir...
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